Evento esportivo aliado à preservação ambiental
Em comemoração ao Dia Mundial do Rinoceronte, a Zona Econômica Especial (ZEE) de Tanjung Lesung, localizada em Banten, Indonésia, volta a sediar o evento Rhino Eco Run. A corrida acontecerá no domingo, 28 de setembro de 2025, na Praia Lalassa. Com um percurso à beira-mar, o evento une esporte e natureza, oferecendo aos participantes uma experiência agradável enquanto reforça a importância da preservação do rinoceronte-de-java — uma espécie endêmica da Indonésia e atualmente em risco crítico de extinção.
A realização do evento é fruto de uma parceria com o Departamento de Turismo e Cultura do município de Pandeglang.
Percurso com paisagens naturais e propósito ambiental
Assim como na edição anterior, realizada em 2024, a corrida levará os participantes por dois cenários paradisíacos: as praias Lalassa e Bodur, famosas por suas areias brancas e águas cristalinas. A edição deste ano traz como lema “Rinoceronte Preservado, Planeta Abençoado”, destacando a conexão entre a conservação da fauna e a saúde dos ecossistemas.
Serão duas categorias na prova de 5 km: uma aberta ao público em geral e outra voltada para estudantes, com participação masculina e feminina.
“O conceito ‘Rinoceronte Preservado, Planeta Abençoado’ foi escolhido porque acreditamos que proteger o rinoceronte é também proteger o meio ambiente. Trata-se não apenas de preservar uma espécie rara, mas também de garantir que as futuras gerações possam usufruir dessa herança natural,” afirmou Poernomo Siswoprasetijo, Diretor-Presidente da ZEE Tanjung Lesung, em evento recente em Jacarta.
Ele ainda ressaltou que participar do Rhino Eco Run é uma forma concreta de se engajar na causa da conservação ambiental.
Infraestrutura segura e bem planejada
O percurso da corrida foi cuidadosamente preparado para garantir conforto e segurança aos participantes. A largada será na Praia Lalassa, seguindo até a Praia Bodur, passando por uma via arterial e o retorno será pela rotatória de Lalassa, encerrando novamente na praia de início.
Indonésia, referência na proteção do rinoceronte-de-java
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Florestas (Kemenhut) da Indonésia, o país é atualmente o único no mundo que conseguiu preservar o rinoceronte-de-java (Rhinoceros sondaicus) em seu habitat natural. A população dessa espécie está restrita ao Parque Nacional de Ujung Kulon, em Banten, e estima-se que existam entre 87 e 100 indivíduos.
Segundo Satyawan Pudyatmoko, diretor-geral de Conservação de Recursos Naturais e Ecossistemas do Kemenhut, países como Vietnã e Índia já tiveram populações da espécie, mas apenas a Indonésia conseguiu manter os rinocerontes em vida selvagem.
“De todos os países que já tiveram rinoceronte-de-java, apenas a Indonésia conseguiu conservar a espécie, mesmo com uma população pequena,” declarou Pudyatmoko em entrevista em Jacarta.
Histórico de distribuição e status crítico de extinção
Historicamente, o rinoceronte-de-java era encontrado em regiões que vão da Indonésia até a China, passando por países como Tailândia, Laos, Myanmar, Índia e Butão. Hoje, ele está extinto em todas essas áreas, com sobrevivência limitada apenas a Ujung Kulon.
A espécie é classificada como “criticamente ameaçada” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), sendo uma das cinco espécies mais ameaçadas de extinção no mundo, de acordo com o WWF.
Esforços paralelos para salvar o rinoceronte-de-sumatra
Além do rinoceronte-de-java, a Indonésia também atua na conservação do rinoceronte-de-sumatra (Dicerorhinus sumatrensis), igualmente em risco crítico de extinção. No passado, esse animal vivia em diversos países do Sudeste Asiático, mas atualmente só há registros de sua presença em áreas restritas da Indonésia.
Para apoiar sua sobrevivência, o país criou o Santuário do Rinoceronte-de-Sumatra dentro do Parque Nacional de Way Kambas, em Lampung Oriental, com o objetivo de proteger e aumentar gradualmente sua população.
União de esporte, turismo e conservação
Com o Rhino Eco Run, a Indonésia reafirma seu compromisso com a proteção de espécies ameaçadas, utilizando o esporte e o turismo sustentável como instrumentos de educação ambiental e mobilização da sociedade em prol da biodiversidade.